Um contigente das Forças de Defesa e Segurança invadiu na manhã deste domingo (27 de Março), a residência do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, tendo sido retiradas 25 AKM e 15 pistolas Makarov. O facto foi denunciado na rede social facebook pelo filho do líder da Renamo, Afonso Dhlakama Júnior, que relatou ter sido apontado uma arma e viu cinco guardas que se encontravam de serviço e a empregada presos pelas autoridades.
O sucedido foi posteriormente confirmado pela Polícia da República de Moçambique (PRM). Segundo Júlio Jane, Comandante da PRM, no total a a polícia aprendeu 47 armas de fogo na residência do Afonso Dhlakama, e na sede do partido Renamo na cidade de Maputo. Para além do material bélico, a PRM garante ter aprendido algumas pedras preciosas, munições e fardamento militar, incluindo das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. “A polícia não podia permitir que os cidadãos vivessem sob ameaças”, justificou Júlio Jane para depois explicar que a PRM não usou força alguma e nem confrontou pessoas.
Entretanto, a publicação do Afonso Dhlakama Júnior no Facebook sugere indignação e revolta “entraram cerca de 25 “PRM” da Frelimo , arrombaram o nosso armazém de armas! Levaram 20 AkM, 15 makoronov! Ainda me apontaram arma porque não sabiam se eu era filho do chefe ou não, porque não aparentava!
Sai de boxers e chinelos, meus 5 guardas foram detidos! Sem motivos! Por mais que meu pai seja presidente da Renamo! Eu nunca julguei nenhum partido! Mas a partir de hoje tenho ódio da Frelimo!”, desabafou.
Reacções
O partido Renamo emitiu um comunicado de imprensa a informar aos seus membros, ao povo moçambicano e o corpo diplomático acreditado no país, que a Frelimo e o seu governo estão sempre a provocar. Por isso, “perante este acontecimento, o Presidente do Partido Renamo, Afonso Dhlakama vai reagir politicamente, uma vez que a guerra terminou em 04 de Outubro de 1992”.
A Renamo confirma o que apelidou de invasão e arrombamento na casa do líder e na sede do partido na cidade de Maputo, que resultou “na detenção de 2 guardas e 20 armas de tipo AK-47, na residência oficial de Afonso Dhlakama, onde se encontra a sua família, e na outra levaram 85500 meticais para compra de viveres. Na sede nacional arrombaram gabinetes e levaram um computador Laptop de marca Dell. 200100 meticais do fundo do funcionamento e 2 armas tipo AK-47 que os guardas usavam para a segurança da sede”.
A reacção dos defensores dos dois maiores partidos de Moçambique no Facebook não se fez esperar, um perfil denominado Frelimo Sim, reagiu nos seguintes termos: “Acham normal uma casa guardar 40 AKM e 7 pistolas? A Renamo diz que cinco guardas, porquê precisam de 25 armas?, questionou.
Por sua vez, Ivone Soares, deputada da Renamo na Assembleia da República preferiu chamar de pânico e terror a acção das autoridades policiais: “Forças do Governo da Frelimo invadem, hoje em Maputo, residências do Presidente da Renamo criando pânico e terror junto da sua família, filhos e netos. Invadiram ainda a Sede Nacional da Renamo e não se conhece a intenção dessas Forças de Defesa e Segurança. Para além de amedrontar os familiares do Presidente do maior partido, os seguranças acusam as FDS de surripiar dinheiro, meios informáticos, algumas armas que eles usavam para garantir a protecção da família, das infra-estruturas e prenderam os respectivos guardas.
Essa é a Paz que a Frelimo apregoa. O que se pretende conquistar com essas acções bárbaras que consubstanciam autêntico terrorismo de Estado?”.
Magazine Independente
Sem comentários:
Enviar um comentário