Translate

9 de março de 2016

ANGOLA: Angola diz que Portugal quer impor secretário-executivo da CPLP

O ministro das Relações Exteriores de Angola diz que a anunciada candidatura de Portugal ao cargo de secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) representa "uma imposição" que quebra os entendimentos naquela organização. Anteriores secretários-executivos, nomeadamente o angolano Marcolino Moco, e o cabo-verdiano Luís Fonseca, afirmam não recordar a existência de qualquer "acordo de cavalheiros" nesse sentido.
Ministro Georges Chikoti cria "acordo de cavalheiros" que ninguém lembra
Luanda - O ministro das Relações Exteriores de Angola disse, nesta quarta-feira (9), que a anunciada candidatura de Portugal ao cargo de secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) representa "uma imposição" que quebra os entendimentos naquela organização, informa a rádio VoA.
No entanto, anteriores secretários-executivos, nomeadamente o angolano Marcolino Moco, e o  cabo-verdiano Luís Fonseca, afirmam não recordar a existência de qualquer "acordo de cavalheiros", que teria sido estabelecido em 1996, nesse sentido, como pretende o Brasil e o governo do presidente angolano José Eduardo dos Santos. O atual secretário-executivo, o moçambicano Murade Murargy, que chefiou a embaixada de Moçambique em Brasília, diz que "ouviu falar".
De acordo com o Jornal de Angola, Georges Chikoti admitiu não haver um acordo escrito mas reiterou que "desde a criação da CPLP, quando se escolheu Portugal para sede da organização, inclusive, com o maior número de funcionários, foi acordado que deve abdicar da presidência do órgão executivo".
"Portugal quer fazer uma imposição", quando se sabe que é a vez de São Tomé e Príncipe assumir o cargo, diz Chicoti
A divergência deverá ser discutida na reunião da CPLP  dia 17 de Março, destinada a preparar a cimeira que terá lugar em julho, em Brasília.
Na terça-feira, o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, anunciou que o seu país vai apresentar um candidato a secretário-executivo da CPLP, que deverá ser eleito na cimeira de chefes de Estado e de Governo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal fez saber que Lisboa "não enjeita, naturalmente, essa responsabilidade [a presidência da CPLP], estando disponível para exercê-la".
Dois anteriores secretários-executivos da CPLP, o angolano Marcolino Moco, e o cabo-verdiano, Luís Fonseca, disseram desconhecer a existência do acordo e que só ouviram falar dele recentemente.
Por seu lado, tanto o Brasil, como o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves e o seu colega são-tomense Patrice Trovoada confirmaram a existência do acordo.

O atual secretário-executivo, o moçambicano Murade Murargy, disse ter "ouvido falar" da existência de um "acordo de cavalheiros" nesse sentido, na altura da criação da CPLP, em 1996, e mencionou ser prática internacional que os países que acolhem as sedes das organizações não se candidatem à sua direcção.
Africa21 Digital

Sem comentários:

Enviar um comentário